terça-feira, 13 de março de 2012

14 de março - Dia da POESIA

O dia da poesia é uma daquelas datas que deveriam ser comemoradas todos os dias. 
Escolham poesias e postem nos comentários. 
Também vou colocar uma das minhas prediletas.
Abraços 


O amor, quando se revela, 
Não se sabe revelar. 
Sabe bem olhar p'ra ela, 
Mas não lhe sabe falar. 

Quem quer dizer o que sente 
Não sabe o que há de *dizer. 
Fala: parece que mente 
Cala: parece esquecer 

Ah, mas se ela adivinhasse, 
Se pudesse ouvir o olhar, 
E se um olhar lhe bastasse 
Pr'a saber que a estão a amar! 

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente 
Fica sem alma nem fala, 
Fica só, inteiramente! 

Mas se isto puder contar-lhe 
O que não lhe ouso contar, 
Já não terei que falar-lhe 
Porque lhe estou a falar.. 

(O Amor. Fernando Pessoa)

140 comentários:

  1. Autopsicografia

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.
    esse sim é um poema que retrata um poeta

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  3. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa
    MOZEAN AGRO III

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  4. Alberto Caeiro

    O Amor é uma Companhia

    O amor é uma companhia.
    Já não sei andar só pelos caminhos,
    Porque já não posso andar só.
    Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
    E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
    Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
    E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

    Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
    Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
    Todo eu sou qualquer força que me abandona.
    Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


    Michel F. Infor.III

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  5. Gostava

    Gostava de gostar de gostar.
    Um momento... Dá-me de ali um cigarro,
    Do maço em cima da mesa de cabeceira.
    Continua... Dizias
    Que no desenvolvimento da metafisica
    De Kant a Hegel
    Alguma coisa se perdeu.
    Concordo em absoluto.
    Estive realmente a ouvir.
    Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho).
    Que coisa curiosa estas associações de idéias!
    Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
    Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...
    Álvaro de Campos.
    william.infor III

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  7. Eu amo tudo o que foi
    Tudo o que já não é
    A dor que já não me dói
    A antiga e errônea fé
    O ontem que a dor deixou
    O que deixou alegria
    Só porque foi, e voou
    E hoje é já outro dia.

    Fernando Pessoa

    Alan Senna, Infor3.

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  8. Dizem que finjo ou minto
    Tudo que escrevo. Não.
    Eu simplesmente sinto
    Com a imaginação.
    Não uso o coração.

    Tudo o que sonho ou passo,
    O que me falha ou finda,
    É como que um terraço
    Sobre outra coisa ainda.
    Essa coisa é que é linda.

    Por isso escrevo em meio
    Do que não está de pé,
    Livre do meu enleio,
    Sério do que não é.
    Sentir? Sinta quem lê!

    (Isto.Fernando Pessoa)

    LEONILA RAFAELA. INFOR III

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  9. Felicidade de Fernando Pessoa
    Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando
    julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o.
    Quezia Gomes infor 31
    Achei a minha cara rsrs

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  10. "É fácil trocar as palavras,
    Difícil é interpretar os silêncios!
    É fácil caminhar lado a lado,
    Difícil é saber como se encontrar!
    É fácil beijar o rosto,
    Difícil é chegar ao coração!
    É fácil apertar as mãos,
    Difícil é reter o calor!
    É fácil sentir o amor,
    Difícil é conter sua torrente!

    Como é por dentro outra pessoa?
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição
    De qualquer semelhança no fundo."

    (Fernando Pessoa)

    Beatriz da Silva ENF 3

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  11. Perdi-me dentro de mim
    Porque eu era labirinto,
    E hoje, quando me sinto,
    É com saudades de mim.
    [...]


    Como se chora um amante,
    Assim me choro a mim mesmo:
    Eu fui amante inconstante
    Que se traiu a si mesmo
    (Mario de Sá Carneiro)

    Állef Araújo Lôbo INFORMÁTICA 3

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  12. Cegueira Bendita

    Ando perdida nestes sonhos verdes
    De ter nascido e não saber quem sou,
    Ando ceguinha a tatear paredes
    E nem ao menos sei quem me cegou!

    Não vejo nada, tudo é morto e vago…
    E a minha alma cega, ao abandono
    Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
    ´Stendendo as asas brancas cor do sonho…

    Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
    E não ver nada nesse mar sem fundo,
    Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

    E chamam-nos a nós Iluminados!
    Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
    A sofrer pelos outros té à morte!

    Florbela Espanca


    Daniele Alves INFORMÁTICA 3

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  13. Não Sei Quantas Almas Tenho

    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem acabei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não atem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,
    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem;
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.
    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que sogue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: “Fui eu?”
    Deus sabe, porque o escreveu.


    Fernando Pessoa

    Andressa Sousa
    Informática 3° ano

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  14. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

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  15. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    (Fernando Pessoa)
    Leonila Ângela 3ºano Informática

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  16. Eu, eu mesmo

    Eu, eu mesmo...
    Eu, cheio de todos os cansaços
    Quantos o mundo pode dar. —
    Eu...
    Afinal tudo, porque tudo é eu,
    E até as estrelas, ao que parece,
    Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
    Que crianças não sei...
    Eu...
    Imperfeito? Incógnito? Divino?
    Não sei...
    Eu...
    Tive um passado? Sem dúvida...
    Tenho um presente? Sem dúvida...
    Terei um futuro? Sem dúvida...
    Ainda que pare de aqui a pouco...
    Mas eu, eu...
    Eu sou eu,
    Eu fico eu,
    Eu...
    (Álvaro de Campos)
    Leonila Ângela 3ºano Informática 3

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  17. AUTOPSICOGRAFIA

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas da roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama o coração.

    Fernando Pessoa

    Wisley - Infor 3

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  18. Quero ignorado, e calmo
    Por ignorado, e próprio
    Por calmo, encher meus dias
    De não querer mais deles.
    Aos que a riqueza toca
    O ouro irrita a pele.
    Aos que a fama bafeja
    Embacia-se a vida.
    Aos que a felicidade
    É sol, virá a noite.
    Mas ao que nada espera
    Tudo que vem é grato.

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  19. A Vida
    É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
    Inútil o desejo e o sentimento…
    Lançar um grande amor aos pés de alguém
    O mesmo é que lançar flores ao vento!

    Todos somos no mundo” Pedro Sem”,
    Uma alegria é feita dum tormento,
    Um riso é sempre o eco dum lamento,
    Sabe-se lá um beijo de onde vem!

    A mais nobre ilusão morre… desfaz-se…
    Uma saudade morta em nós renasce
    Que no mesmo momento é já perdida…

    Amar-te a vida inteira eu não podia.
    A gente esquece sempre o bem de um dia.
    Que queres, meu Amor, se é isto a vida!
    (Florbela Espanca)

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  20. Poesia Felicidade Fernando Pessoa

    NÃo se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

    MARILIA ALMEIDA, SEGURANÇA DO TRABALHO 3

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  21. Eu sou a que no mundo anda perdida,
    Eu sou a que na vida não tem norte,
    Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
    Sou a crucificada... a dolorida...

    Sombra de névoa ténue e esvaecida,
    E que o destino, amargo, triste e forte,
    Impele brutalmente para a morte!
    Alma de luto sempre incompreendida!

    Sou aquela que passa e ninguém vê...
    Sou a que chamam triste sem o ser...
    Sou a que chora sem saber porquê...

    Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
    Alguém que veio ao mundo pra me ver
    E que nunca na vida me encontrou!


    (Florbela Espanca)

    Maria Aline
    Segurança 3

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  22. Ricardo Reis

    Dia Após Dia

    Dia após dia a mesma vida é a mesma.

    O que decorre, Lídia,

    No que nós somos como em que não somos

    Igualmente decorre.

    Colhido, o fruto deperece; e cai

    Nunca sendo colhido.

    Igual é o fado, quer o procuremos,

    Quer o 'speremos. Sorte

    Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa

    Forma alheio e invencível.

    Marília Almeida,Segurança de trabalho 3

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  23. Florbela Espanca: Nunca fui como todos Nunca tive muitos a...


    Nunca fui como todos
    Nunca tive muitos amigos
    Nunca fui favorita
    Nunca fui o que meus pais queriam
    Nunca tive alguém que amasse
    Mas tive somente a mim
    A minha absoluta verdade
    Meu verdadeiro pensamento
    O meu conforto nas horas de sofrimento
    não vivo sozinha porque gosto
    e sim porque aprendi a ser só...
    Florbela Espanca
    Jady Lorrana, Segurança do trabalho 3ano

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  24. ''Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe porque ama, nem o que é amar
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência, não pensar...
    Fernando Pessoa''
    jesaias lima,segurança do trabalho.

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  25. Fernando Pessoa
    Poesias Inéditas

    Eu

    SOU LOUCO e tenho por memória
    Uma longínqua e infiel lembrança
    De qualquer dita transitória
    Que sonhei ter quando criança.

    Depois, malograda trajetória
    Do meu destino sem esperança,
    Perdi, na névoa da noite inglória,
    O saber e o ousar da aliança.

    Só guardo como um anel pobre
    Que a todo herdeiro só faz rico
    Um frio perdido que me cobre

    Como um céu dossel de mendigo,
    Na curva inútil em que fico
    Da estrada certa que não sigo.

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  26. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa
    Edilane Fernandes informática 3º ano

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  27. Fernando Pessoa

    Onde você vê um obstáculo,
    alguém vê o término da viagem
    e o outro vê uma chance de crescer.
    Onde você vê um motivo pra se irritar,
    Alguém vê a tragédia total
    E o outro vê uma prova para sua paciência.
    Onde você vê a morte,
    Alguém vê o fim
    E o outro vê o começo de uma nova etapa...
    Onde você vê a fortuna,
    Alguém vê a riqueza material
    E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
    Onde você vê a teimosia,
    Alguém vê a ignorância,
    Um outro compreende as limitações do companheiro,
    percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
    E que é inútil querer apressar o passo do outro,
    a não ser que ele deseje isso.
    Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
    "Porque eu sou do tamanho do que vejo.
    E não do tamanho da minha altura."


    Brena kessia
    enfermagem 3° ano.

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  28. Amar!

    Eu quero amar, amar perdidamente!
    Amar só por amar: Aqui... além...
    Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
    Amar! Amar! E não amar ninguém!

    Recordar? Esquecer? Indiferente!...
    Prender ou desprender? É mal? É bem?
    Quem disser que se pode amar alguém
    Durante a vida inteira é porque mente!

    Há uma Primavera em cada vida:
    É preciso cantá-la assim florida,
    Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

    E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
    Que seja a minha noite uma alvorada,
    Que me saiba perder... pra me encontrar...

    (Autora: Florbela Espanca)

    Yara Lima (Agroindústria 3° ano)

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  29. O Teu Olhar

    Passam no teu olhar nobres cortejos,
    Frotas, pendões ao vento sobranceiros,
    Lindos versos de antigos romanceiros,
    Céus do Oriente, em brasa, como beijos,

    Mares onde não cabem teus desejos;
    Passam no teu olhar mundos inteiros,
    Todo um povo de heróis e marinheiros,
    Lanças nuas em rútilos lampejos;

    Passam lendas e sonhos e milagres!
    Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres,
    Em centelhas de crença e de certeza!

    E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim,
    Amor, julgo trazer dentro de mim
    Um pedaço da terra portuguesa!

    Florbela Espanca - Trocando olhares

    - Letícia Duarte ( Agroindústria III)

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  30. Seiscentos e Sessenta e Seis

    A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
    Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
    Quando se vê, já é 6ª-feira…
    Quando se vê, passaram 60 anos…
    Agora, é tarde demais para ser reprovado…
    E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
    eu nem olhava o relógio.
    seguia sempre, sempre em frente …

    E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

    ( Mario Quintana )

    Mickaelly Silva ( Agro III )

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  31. "Há Momentos

    Há momentos na vida em que sentimos tanto
    a falta de alguém que o que mais queremos
    é tirar esta pessoa de nossos sonhos
    e abraçá-la.

    Sonhe com aquilo que você quiser.
    Seja o que você quer ser,
    porque você possui apenas uma vida
    e nela só se tem uma chance
    de fazer aquilo que se quer.

    Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
    Dificuldades para fazê-la forte.
    Tristeza para fazê-la humana.
    E esperança suficiente para fazê-la feliz.

    As pessoas mais felizes
    não têm as melhores coisas.
    Elas sabem fazer o melhor
    das oportunidades que aparecem
    em seus caminhos.

    A felicidade aparece para aqueles que choram.
    Para aqueles que se machucam.
    Para aqueles que buscam e tentam sempre.
    E para aqueles que reconhecem
    a importância das pessoas que passam por suas vidas.

    O futuro mais brilhante
    é baseado num passado intensamente vivido.
    Você só terá sucesso na vida
    quando perdoar os erros
    e as decepções do passado.

    A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
    duram uma eternidade.
    A vida não é de se brincar
    porque um belo dia se morre.
    (Clarice Lispector)
    Leide Daiane (Agroindústria 3°ano)

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  32. Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
    Conversa é melhor do que piada.
    Exercício é melhor do que cirurgia.
    Humor é melhor do que rancor.
    Amigos são melhores do que gente influente.
    Economia é melhor do que dívida.
    Pergunta é melhor do que dúvida.
    Sonhar é melhor do que NADA!
    Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
    Conversa é melhor do que piada.
    Exercício é melhor do que cirurgia.
    Humor é melhor do que rancor.
    Amigos são melhores do que gente influente.
    Economia é melhor do que dívida.
    Pergunta é melhor do que dúvida.
    Sonhar é melhor do que NADA!

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    1. Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
      Do que os homens! Morder como quem beija!
      É ser mendigo e dar como quem seja
      Rei do Reino de Aquém e Alem Dor!
      .............................
      É ter cá dentro um astro que flameja,
      É ter garras e asas de condor!
      .............................
      É ter fome, é ter sede de Infinito!
      ............................
      É condensar o mundo num só grito!
      ............................

      (FLOR BELA ESPANCA)
      Maria Rosilane Agroindústria 3º

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  33. Saudades

    Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
    Se o nosso sonho foi tão alto e forte
    Que bem pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
    Que tudo isso, Amor, nos não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como pão!

    Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
    Para mais doidamente me lembrar,
    Mais doidamente me lembrar de ti!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais a saudade andasse presa a mim!

    Florbela Espanca
    Jaqueline Bernardo, Informatica 3

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  34. Sem remédio

    Aqueles que me têm muito amor
    Não sabem o que sinto e o que sou...
    Não sabem que passou, um dia, a Dor
    À minha porta e, nesse dia, entrou.

    E é desde então que eu sinto este pavor,
    Este frio que anda em mim, e que gelou
    O que de bom me deu Nosso Senhor!
    Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

    Sinto os passos de Dor, essa cadência
    Que é já tortura infinda, que é demência!
    Que é já vontade doida de gritar!

    E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
    A mesma angústia funda, sem remédio,
    Andando atrás de mim, sem me largar!

    Florbela Espanca

    Elane Saldanha, Infor 3

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  35. “Há duas formas para viver a sua vida: uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre”.
    (Fernando Pessoa).
    Beatriz Moreira, INFOR 3.

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  36. Isto

    Dizem que finjo ou minto
    Tudo que escrevo. Não.
    Eu simplesmente sinto
    Com a imaginação.
    Não uso o coração.

    Tudo o que sonho ou passo,
    O que me falha ou finda,
    É como que um terraço
    Sobre outra coisa ainda.
    Essa coisa é que é linda.

    Por isso escrevo em meio
    Do que não está de pé,
    Livre do meu enleio,
    Sério do que não é.
    Sentir? Sinta quem lê!

    Fernando Pessoa

    SAMILA MENEZES, INFORMÁTICA III

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  37. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

    Fernando Pessoa

    Elaine Ferreira, Infor 3

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  38. Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
    Faltar é positivamente estar no campo!
    Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
    Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
    Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
    Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
    Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
    Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
    E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
    Deliberadamente à mesma hora...
    Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
    É tão engraçada esta parte assistente da vida!
    Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
    Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

    "A frescura" de Álvaro de Campos

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  39. Acordar
    Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
    Acordar da Rua do Ouro,
    Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
    Acordar
    E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
    Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.

    Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
    Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
    À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
    Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
    E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.

    Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
    Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
    Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
    São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
    Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
    Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
    Seja

    A mulher que chora baixinho
    Entre o ruído da multidão em vivas...
    O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
    Cheio de individualidade para quem repara...
    O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
    Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
    Tudo isto tende para o mesmo centro,
    Busca encontrar-se e fundir-se
    Na minha alma.

    Eu adoro todas as coisas
    E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
    Tenho pela vida um interesse ávido
    Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
    Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
    Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
    Para aumentar com isso a minha personalidade.

    Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
    E a minha ambição era trazer o universo ao colo
    Como uma criança a quem a ama beija.
    Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
    Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
    Do que as que vi ou verei.
    Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
    A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
    Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.

    Dá-me lírios, lírios
    E rosas também.
    Dá-me rosas, rosas,
    E lírios também,
    Crisântemos, dálias,
    Violetas, e os girassóis
    Acima de todas as flores...

    Deita-me as mancheias,
    Por cima da alma,
    Dá-me rosas, rosas,
    E lírios também...

    Meu coração chora
    Na sombra dos parques,
    Não tem quem o console
    Verdadeiramente,
    Exceto a própria sombra dos parques
    Entrando-me na alma,
    Através do pranto.
    Dá-me rosas, rosas,
    E lírios também...

    Minha dor é velha
    Como um frasco de essência cheio de pó.
    Minha dor é inútil
    Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
    E minha dor é silenciosa e triste
    Como a parte da praia onde o mar não chega.
    Chego às janelas
    Dos palácios arruinados
    E cismo de dentro para fora
    Para me consolar do presente.
    Dá-me rosas, rosas,
    E lírios também...

    Mas por mais rosas e lírios que me dês,
    Eu nunca acharei que a vida é bastante.
    Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
    Sobrar-me-á sempre de que desejar,
    Como um palco deserto.

    Por isso, não te importes com o que eu penso,
    E muito embora o que eu te peça
    Te pareça que não quer dizer nada,
    Minha pobre criança tísica,
    Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
    Dá-me rosas, rosas,
    E lírios também...
    Ítalo Freitas
    Álvaro de Campos

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  40. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa
    Jéssica Ariane- informática III

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  41. José Carlos nº17
    AGRO III
    Amar!
    Eu quero amar, amar perdidamente!
    Amar só por amar: Aqui...além...
    Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
    Amar!Amar!E não amar ninguém!

    Recordar?Esquecer?Indiferente!...
    Prender ou desprender?É mal?É bem?
    Quem disser que se pode amar alguém
    Durante a vida inteira é porque mente!

    Há uma Primavera em cada vida:
    É preciso cantá-la assim florida,
    Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

    E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
    Que seja a minha noite uma alvorada,
    Que me saiba perder... pra me encontrar...

    Florbela Espanca

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  42. Felipe Silva- AGRO III

    EU AMO TUDO O QUE FOI(Fernando Pessoa)

    Eu amo tudo o que foi,
    Tudo o que já não é,
    A dor que já me não dói,
    A antiga e errônea fé,
    O ontem que dor deixou,
    O que deixou alegria
    Só porque foi, e voou
    E hoje é já outro dia.

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  43. Dia Após Dia
    Dia após dia a mesma vida é a mesma.
    O que decorre, Lídia,
    No que nós somos como em que não somos
    Igualmente decorre.

    Colhido, o fruto deperece; e cai
    Nunca sendo colhido.
    Igual é o fado, quer o procuremos,
    Quer o 'speremos.

    Sorte Hoje,
    Destino sempre, e nesta ou nessa
    Forma alheio e invencível.

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  44. dhayana edwirges enfermagem
    O Amor, Quando Se Revela


    O amor, quando se revela,
    Não se sabe revelar.
    Sabe bem olhar pra ela,
    Mas não lhe sabe falar.

    Quem quer dizer o que sente
    Não sabe o que há-de dizer.
    Fala: parece que mente…
    Cala: parece esquecer…

    Ah, mas se ela adivinhasse,
    Se pudesse ouvir o olhar,
    E se um olhar lhe bastasse
    Pra saber que a estão a amar!

    Mas quem sente muito, cala;
    Quem quer dizer quanto sente
    Fica sem alma nem fala,
    Fica só, inteiramente!

    Mas se isto puder contar-lhe
    O que não lhe ouso contar,
    Já não terei que falar-lhe
    Porque lhe estou a falar

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  45. Marieta Mara-Agro III
    As sem-razões do amor

    Eu te amo porque te amo,
    Não precisas ser amante,
    e nem sempre sabes sê-lo.
    Eu te amo porque te amo.
    Amor é estado de graça
    e com amor não se paga.

    Amor é dado de graça,
    é semeado no vento,
    na cachoeira, no eclipse.
    Amor foge a dicionários
    e a regulamentos vários.

    Eu te amo porque não amo
    bastante ou demais a mim.
    Porque amor não se troca,
    não se conjuga nem se ama.
    Porque amor é amor a nada,
    feliz e forte em si mesmo.

    Amor é primo da morte,
    e da morte vencedor,
    por mais que o matem (e matam)
    a cada instante de amor.

    Carlos Drummond de Andrade

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  46. Ismael Fernandes- AGRO III

    Memória

    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão

    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.

    carlos drummond de andrade

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  47. O luar branco, um riso de Jesus,
    Inunda a minha rua toda inteira,
    E a Noite é uma flor de laranjeira
    A sacudir as pétalas de luz…

    A luar é uma lenda de balada
    Das que avozinhas contam à lareira,
    E a Noite é uma flor de laranjeira
    Que jaz na minha rua desfolhada…

    O Luar vem cansado, vem de longe,
    Vem casar-se co´a Terra, a feiticeira
    Que enlouqueceu d´amor o pobre monge…

    O luar empalidece de cansado…
    E a noite é uma flor de laranjeira
    A perfumar o místico noivado!…

    (Noivado Estranho,Florbela Espanca)

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  48. Jose Filho
    Agro III

    Feliz Aquele
    Feliz aquele a quem a vida grata
    Concedeu que dos deuses se lembrasse
    E visse como eles
    Estas terrenas coisas onde mora
    Um reflexo mortal da imortal vida.
    Feliz, que quando a hora tributária
    Transpor seu átrio por que a
    Parca corte
    O fio fiado até ao fim,
    Gozar poderá o alto prêmio
    De errar no Averno grato abrigo
    Da convivência.
    Mas aquele que quer
    Cristo antepor
    Aos mais antigos
    Deuses que no Olimpo
    Seguiram a Saturno —
    O seu blasfemo ser abandonado
    Na fria expiação — até que os Deuses
    De quem se esqueceu deles se recordem —
    Erra, sombra inquieta, incertamente,
    Nem a viúva lhe põe na boca
    O óbolo a Caronte grato,
    E sobre o seu corpo insepulto
    Não deita terra o viandante.

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  49. Passado
    "Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
    Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
    A ave passa e esquece, e assim deve ser.
    O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
    Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
    A recordação é uma traição à natureza,
    Porque a natureza de ontem não é natureza.
    O que foi não é nada, e lembrar é não ver."
    Edson Lima- informática III

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  50. Sonhos

    Ter um sonho, um sonho lindo,
    Noite branda de luar,
    Que se sonhasse a sorrir…
    Que se sonhasse a chorar…

    Ter um sonho, que nos fosse
    A vida, a luz, o alento,
    Que a sonhar beijasse doce
    A nossa boca… um lamento…

    Ser pra nós o guia, o norte,
    Na vida o único trilho;
    E depois ver vir a morte

    Despedaçar esses laços!…
    …É pior que ter um filho
    Que nos morresse nos braços!

    Florbela Espanca

    MILEIDY ALMEIDA, SEGURANÇA DO TRABALHO III

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  51. Quando Tornar a Vir a Primavera
    Quando tornar a vir a Primavera
    Talvez já não me encontre no mundo.
    Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
    Para poder supor que ela choraria,
    Vendo que perdera o seu único amigo.
    Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
    É uma maneira de dizer.
    Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
    Há novas flores, novas folhas verdes.
    Há outros dias suaves.
    Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

    Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
    Heterónimo de Fernando Pessoa

    Francisco José,Enf III

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  52. Mistério

    Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
    Dizendo coisas que ninguém entende!
    Da tua cantilena se desprende
    Um sonho de magia e de pecados.

    Dos teus pálidos dedos delicados
    Uma alada canção palpita e ascende,
    Frases que a nossa boca não aprende,
    Murmúrios por caminhos desolados.

    Pelo meu rosto branco, sempre frio,
    Fazes passar o lúgubre arrepio
    Das sensações estranhas, dolorosas…

    Talvez um dia entenda o teu mistério…
    Quando, inerte, na paz do cemitério,
    O meu corpo matar a fome às rosas!
    Florbela Espanca

    Lucas Lacerda Enfermagem. III

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  53. ------------------------------------------------------------------

    Álvaro de Campos

    Datilografia

    Traço, sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano,
    Firmo o projeto, aqui isolado,
    Remoto até de quem eu sou.
    Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
    O tique-taque estalado das máquinas de escrever.
    Que náusea da vida!
    Que abjeção esta regularidade!
    Que sono este ser assim!

    Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavaleiros
    (Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância),
    Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho,
    Eram grandes paisagens do Norte, explícitas de neve,
    Eram grandes palmares do Sul, opulentos de verdes.

    Outrora.

    Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
    O tique-taque estalado das máquinas de escrever.

    Temos todos duas vidas:
    A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
    E que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa;
    A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
    Que é a prática, a útil,
    Aquela em que acabam por nos meter num caixão.

    Na outra não há caixões, nem mortes,
    Há só ilustrações de infância:
    Grandes livros coloridos, para ver mas não ler;
    Grandes páginas de cores para recordar mais tarde.
    Na outra somos nós,
    Na outra vivemos;
    Nesta morremos, que é o que viver quer dizer;
    Neste momento, pela náusea, vivo na outra ...

    Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
    Ergue a voz o tique-taque estalado das máquinas de escrever.

    Eduardo Chaves 3°ano



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  54. Geicilene Dantas
    Amo como o amor ama.
    Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
    Que queres que te diga mais que te amo,
    Se o que quero dizer-te é que te amo?

    Quando te falo, dói-me que respondas
    Ao que te digo e não ao meu amor.

    Ah! não perguntes nada; antes me fala
    De tal maneira, que, se eu fora surda,
    Te ouvisse todo com o coração.

    Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
    Se me faltas [...]
    ... Mas tu fazes, amor, por me faltares
    Mesmo estando comigo, pois perguntas —
    Quando é amar que deves. Se não amas,
    Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
    Mas tu és como nunca ninguém foi,
    Pois procuras o amor pra não amar,
    E, se me buscas, é como se eu só fosse
    Alguém pra te falar de quem tu amas.

    Quando te vi amei-te já muito antes:
    Tornei a achar-te quando te encontrei.
    Nasci pra ti antes de haver o mundo.
    Não há cousa feliz ou hora alegre
    Que eu tenha tido pela vida fora,
    Que o não fosse porque te previa,
    Porque dormias nela tu futuro.

    E eu soube-o só depois, quando te vi,
    E tive para mim melhor sentido,
    E o meu passado foi como uma 'strada
    Iluminada pela frente, quando
    O carro com lanternas vira a curva
    Do caminho e já a noite é toda humana.

    Quando eu era pequena, sinto que eu
    Amava-te já longe, mas de longe...

    Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
    — Compreendo-te tanto que não sinto,
    Oh coração exterior ao meu!
    Fatalidade, filha do destino
    E das leis que há no fundo deste mundo!
    Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
    De o sentir...?
    Fernando Pessoa

    Geicilene Dantas Ferreira 3ºano enfermagem

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  55. Vaga, no azul amplo solta, vai uma nuvem errando... (Fernando Pessoa)

    Vaga, no azul amplo solta,
    Vai uma nuvem errando.
    O meu passado não volta.
    Não é o que estou chorando.
    O que choro é diferente.
    Entra mais na alma da alma.
    Mas como, no céu sem gente,
    A nuvem flutua calma.
    E isto lembra uma tristeza
    E a lembrança é que entristece,
    Dou à saudade a riqueza
    De emoção que a hora tece.
    Mas, em verdade, o que chora
    Na minha amarga ansiedade
    Mais alto que a nuvem mora,
    Está para além da saudade.
    Não sei o que é nem consinto
    À alma que o saiba bem.
    Visto da dor com que minto
    Dor que a minha alma tem.


    Brenda Sthefany. Enfermagem 3

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  56. Os versos que te fiz _ (Florbela Espanca)

    Deixa dizer-te os lindos versos raros
    Que a minha boca tem pra te dizer !
    São talhados em mármore de Paros
    Cinzelados por mim pra te oferecer.


    Têm dolência de veludos caros,
    São como sedas pálidas a arder ...
    Deixa dizer-te os lindos versos raros
    Que foram feitos pra te endoidecer !


    Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda ...
    Que a boca da mulher é sempre linda
    Se dentro guarda um verso que não diz !


    Amo-te tanto ! E nunca te beijei ...
    E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
    Guardo os versos mais lindos que te fiz!

    Amanda Sousa _ Enfermagem 3ºano

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  57. Saudades

    Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
    Se o nosso sonho foi tão alto e forte
    Que bem pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
    Que tudo isso, Amor, nos não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como pão!

    Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
    Para mais doidamente me lembrar,
    Mais doidamente me lembrar de ti!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais a saudade andasse presa a mim!

    Florbela Espanca
    Luana Enf. 3°ano

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  58. Também já fui brasileiro

    Eu também já fui brasileiro
    moreno como vocês.
    Ponteei viola, guiei forde
    e aprendi na mesa dos bares
    que o nacionalismo é uma virtude.
    Mas há uma hora em que os bares se fecham
    e todas as virtudes se negam.

    Eu também já fui poeta.
    Bastava olhar para mulher,
    pensava logo nas estrelas
    e outros substantivos celestes.
    Mas eram tantas, o céu tamanho,
    minha poesia perturbou-se.

    Eu também já tive meu ritmo.
    Fazia isso, dizia aquilo.
    E meus amigos me queriam,
    meus inimigos me odiavam.
    Eu irônico deslizava
    satisfeito de ter meu ritmo.
    Mas acabei confundindo tudo.
    Hoje não deslizo mais não,
    não sou irônico mais não,
    não tenho ritmo mais não.

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  59. Sonhos

    Ter um sonho, um sonho lindo,
    Noite branda de luar,
    Que se sonhasse a sorrir...
    Que se sonhasse a chorar...

    Ter um sonho, que nos fosse
    A vida, a luz, o alento,
    Que a sonhar beijasse doce
    A nossa boca... um lamento...

    Ser pra nós o guia, o norte,
    Na vida o único trilho;
    E depois ver vir a morte

    Despedaçar esses laços!...
    ...É pior que ter um filho
    Que nos morresse nos braços!

    Brena Almeida(Florbela Espanca)

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  60. Felicidade

    Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

    Fernando Pessoa

    Lucas Pessoa, Infor 3

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  61. TORTURA

    Tirar dentro do peito a Emoção,
    A lúcida Verdade, o Sentimento!
    - E ser, depois de vir do coração,
    Um punhado de cinza esparso ao vento!...

    Sonhar um verso de alto pensamento,
    E puro como um ritmo de oração!
    - E ser, depois de vir do coração,
    O pó, o nada, o sonho dum momento...

    São assim ocos, rudes, os meus versos:
    Rimas perdidas, vendavais dispersos,
    Com que eu iludo os outros, com que minto!

    Quem me dera encontrar o verso puro,
    O verso altivo e forte, estranho e duro,
    Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

    Florbela Espanca

    Rute do Amaral, Infor 3

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  62. O Amor

    O amor, quando se revela,
    Não se sabe revelar.
    Sabe bem olhar p'ra ela,
    Mas não lhe sabe falar.

    Quem quer dizer o que sente
    Não sabe o que há de *dizer.
    Fala: parece que mente
    Cala: parece esquecer

    Ah, mas se ela adivinhasse,
    Se pudesse ouvir o olhar,
    E se um olhar lhe bastasse
    Pr'a saber que a estão a amar!

    Mas quem sente muito, cala;
    Quem quer dizer quanto sente
    Fica sem alma nem fala,
    Fica só, inteiramente!

    Mas se isto puder contar-lhe
    O que não lhe ouso contar,
    Já não terei que falar-lhe
    Porque lhe estou a falar..
    Fernando Pessoa

    Maria Ferreira de Lima enfermagem 3

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  63. Já não me importo

    Já não me importo
    Até com o que amo ou creio amar.
    Sou um navio que chegou a um porto
    E cujo movimento é ali estar.

    Nada me resta
    Do que quis ou achei.
    Cheguei da festa
    Como fui para lá ou ainda irei

    Indiferente
    A quem sou ou suponho que mal sou,

    Fito a gente
    Que me rodeia e sempre rodeou,

    Com um olhar
    Que, sem o poder ver,
    Sei que é sem ar
    De olhar a valer.

    E só me não cansa
    O que a brisa me traz
    De súbita mudança
    No que nada me faz.

    Fernando Pessoa

    Renan Pereira de Lima Enfermagem 3º ano

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  64. Mário de Sá-Carneiro


    QUASE


    Um pouco mais de sol — eu era brasa.
    Um pouco mais de azul — eu era além.
    Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
    Se ao menos eu permanecesse aquém...

    Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
    Num baixo mar enganador d'espuma;
    E o grande sonho despertado em bruma,
    O grande sonho — ó dor! — quase vivido...

    Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
    Quase o princípio e o fim — quase a expansão...
    Mas na minh'alma tudo se derrama...
    Entanto nada foi só ilusão!

    De tudo houve um começo... e tudo errou...
    — Ai a dor de ser-quase, dor sem fim... —
    Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
    Asa que se elançou mas não voou...

    Momentos de alma que desbaratei...
    Templos aonde nunca pus um altar...
    Rios que perdi sem os levar ao mar...
    Ânsias que foram mas que não fixei...

    Se me vagueio, encontro só indícios...
    Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
    E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
    Puseram grades sobre os precipícios...

    Num ímpeto difuso de quebranto,
    Tudo encetei e nada possuí...
    Hoje, de mim, só resta o desencanto
    Das coisas que beijei mas não vivi...

    ...........................................
    ...........................................

    Um pouco mais de sol — e fora brasa,
    Um pouco mais de azul — e fora além.
    Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
    Se ao menos eu permanecesse aquém...


    Regilene Martins, enfermagem 3

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  65. O tempo

    A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
    Quando se vê, já são seis horas!
    Quando de vê, já é sexta-feira!
    Quando se vê, já é natal...
    Quando se vê, já terminou o ano...
    Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
    Quando se vê passaram 50 anos!
    Agora é tarde demais para ser reprovado...
    Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
    Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
    Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
    E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
    Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
    A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
    Mário Quintana

    marieta mara
    agroIII

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  66. CONFISSÃO
    Que esta minha paz e este meu amado silêncio
    Não iludam a ninguém
    Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
    Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
    Acho-me relativamente feliz
    Porque nada de exterior me acontece...
    Mas,
    Em mim, na minha alma,
    Pressinto que vou ter um terremoto!
    Mário Quintana
    washington silva
    agroIII

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  67. Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
    Como um pobre animal palpitando ferido.
    Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na
    [floresta noturna.
    Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição
    [de poema.
    Triste.
    Solitário.
    Único.
    Ferido de mortal beleza.
    Mário Quintana
    ismael fernandes
    agroIII

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  68. joão gleison
    agro III

    Nunca diga te amo se não te interessa.
    Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.

    Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
    Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.

    A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.
    Mário Quintana

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  69. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

    joana enfermagem 3º ano

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  70. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa

    joana enfermagem 3º ano

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  71. "É fácil trocar as palavras,
    Difícil é interpretar os silêncios!
    É fácil caminhar lado a lado,
    Difícil é saber como se encontrar!
    É fácil beijar o rosto,
    Difícil é chegar ao coração!
    É fácil apertar as mãos,
    Difícil é reter o calor!
    É fácil sentir o amor,
    Difícil é conter sua torrente!

    Como é por dentro outra pessoa?
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição
    De qualquer semelhança no fundo."
    Fernando Pessoa

    erica enfermagem 3ºano

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  72. Aproveitar o Tempo Aproveitar o tempo!

    Mas o que é o tempo, que eu o aproveite?
    Aproveitar o tempo!
    Nenhum dia sem linha...
    O trabalho honesto e superior...
    O trabalho à Virgílio, à Mílton...
    Mas é tão difícil ser honesto ou superior!
    É tão pouco provável ser Milton ou ser Virgílio!

    Aproveitar o tempo!
    Tirar da alma os bocados precisos - nem mais nem menos -
    Para com eles juntar os cubos ajustados
    Que fazem gravuras certas na história
    (E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
    Pôr as sensações em castelo de cartas, pobre China dos serões,
    E os pensamentos em dominó, igual contra igual,
    E a vontade em carambola difícil.
    Imagens de jogos ou de paciências ou de passatempos -
    Imagens da vida, imagens das vidas. Imagens da Vida.

    Verbalismo...
    Sim, verbalismo...
    Aproveitar o tempo!
    Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
    Não ter um acto indefinido nem factício...
    Não ter um movimento desconforme com propósitos...
    Boas maneiras da alma...
    Elegância de persistir...

    Aproveitar o tempo!
    Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
    Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
    Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.
    Aproveitar o tempo!
    Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
    Aproveitei-os ou não?
    Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

    (Passageira que viajaras tantas vezes no mesmo compartimento comigo
    No comboio suburbano,
    Chegaste a interessar-te por mim?
    Aproveitei o tempo olhando para ti?
    Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
    Qual foi o entendimento que não chegámos a ter?
    Qual foi a vida que houve nisto? Que foi isto a vida?)

    Aproveitar o tempo!
    Ah, deixem-me não aproveitar nada!
    Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
    Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
    A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
    O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
    O pião do garoto, que vai a parar,
    E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
    E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.

    Álvaro campos
    Leide Daiane Agroindústria 3°ano

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  73. A plácida face anônima de um morto.
    A plácida face anônima de um morto.

    Assim os antigos marinheiros portugueses,
    Que temeram, seguindo contudo, o mar grande do Fim,
    Viram, afinal, não monstros nem grandes abismos,
    Mas praias maravilhosas e estrelas por ver ainda.

    O que é que os taipais do mundo escondem nas montras de Deus
    Álvaro Campos
    Leide Daiane Agroindústria 3° ano

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  74. Às Vezes
    Às vezes tenho idéias felizes,
    Idéias subitamente felizes, em idéias
    E nas palavras em que naturalmente se despegam...

    Depois de escrever, leio...
    Por que escrevi isto?
    Onde fui buscar isto?
    De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
    Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
    Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...

    Álvaro Campos
    Halyson Diego Agroindústria 3°ano

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  75. Ninguém a Outro Ama

    Ninguém a outro ama, senão que ama
    O que de si há nele, ou é suposto.
    Nada te pese que não te amem. Sentem-te
    Quem és, e és estrangeiro.
    Cura de ser quem és, amam-te ou nunca.
    Firme contigo, sofrerás avaro
    De penas.
    Rafaella Jorge EnferIII

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  76. Flores

    Flores que colho, ou deixo,
    Vosso destino é o mesmo.

    Via que sigo, chegas
    Não sei aonde eu chego.

    Nada somos que valha,
    Somo-lo mais que em vão

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  77. autor:Ricardo reis (dos dois poemas acima)
    Rafaella Jorge EnferIII

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  78. Ah, um Soneto...
    Meu coração é um almirante louco
    que abandonou a profissão do mar
    e que a vai relembrando pouco a pouco
    em casa a passear, a passear ...

    No movimento (eu mesmo me desloco
    nesta cadeira, só de o imaginar)
    o mar abandonado fica em foco
    nos músculos cansados de parar.

    Há saudades nas pernas e nos braços.

    Há saudades no cérebro por fora.

    Há grandes raivas feitas de cansaços.

    Mas — esta é boa! — era do coração
    que eu falava... e onde diabo estou eu agora
    com almirante em vez de sensação? ...
    autor:Alvaro de Campos
    DAYANNY KELLY ENFERIII

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  79. Anjos ou Deuses

    Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
    A visão perturbada de que acima
    De nos e compelindo-nos
    Agem outras presenças.
    Como acima dos gados que há nos campos
    O nosso esforço, que eles não compreendem,
    Os coage e obriga
    E eles não nos percebem,
    Nossa vontade e o nosso pensamento
    São as mãos pelas quais outros nos guiam
    Para onde eles querem E nós não desejamos.
    autor:Ricardo Reis
    MARIA RAIANE ENFERIII

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  80. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa

    Deimeson Menezes Enfermagem 3º ano

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  81. Tarde de mais...

    Quando chegaste enfim, para te ver
    Abriu-se a noite em mágico luar;
    E para o som de teus passos conhecer
    Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...

    Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
    Viu-se nessa hora o que não pode ser:
    Em plena noite, a noite iluminar
    E as pedras do caminho florescer!

    Beijando a areia de oiro dos desertos
    Procurara-te em vão! Braços abertos,
    Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

    E há cem anos que eu era nova e linda!...
    E a minha boca morta grita ainda:
    Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...

    Florbela Espanca

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  82. Teus Olhos Entristecem Teus olhos entristecem
    Nem ouves o que digo.
    Dormem, sonham esquecem...
    Não me ouves, e prossigo.

    Digo o que já, de triste,
    Te disse tanta vez...
    Creio que nunca o ouviste
    De tão tua que és.

    Olhas-me de repente
    De um distante impreciso
    Com um olhar ausente.
    Começas um sorriso.

    Continuo a falar.
    Continuas ouvindo
    O que estás a pensar,
    Já quase não sorrindo.

    Até que neste ocioso
    Sumir da tarde fútil,
    Se esfolha silencioso
    O teu sorriso inútil.

    Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

    MARIA ANDREZA ENFERMAGEM 3°

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  83. A miséria do meu ser

    A miséria do meu ser,
    Do ser que tenho a viver,
    Tornou-se uma coisa vista.
    Sou nesta vida um qualquer
    Que roda fora da pista.

    Ninguém conhece quem sou
    Nem eu mesmo me conheço
    E, se me conheço, esqueço,
    Porque não vivo onde estou.
    Rodo, e o meu rodar apresso.

    É uma carreira invisível,
    Salvo onde caio e sou visto,
    Porque cair é sensível
    Pelo ruído imprevisto...
    Sou assim. Mas isto é crível?

    Fernando Pessoa
    Vanessa Ferreira Enf. 3°ano

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  84. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa
    taecio frança N°33
    segurança do trabalho

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  85. Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento A criança loura
    Jaz no meio da rua.
    Tem as tripas de fora
    E por uma corda sua
    Um comboio que ignora.

    A cara está um feixe
    De sangue e de nada.
    Luz um pequeno peixe
    — Dos que bóiam nas banheiras —
    À beira da estrada.

    Cai sobre a estrada o escuro.
    Longe, ainda uma luz doura
    A criação do futuro...

    E o da criança loura?

    Fernando Pessoa

    BRENA KESSIA
    ENFERMAGEM 3°.

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  86. Princesa Desalento

    Minh'alma é a Princesa Desalento,
    Como um Poeta lhe chamou, um dia.
    É magoada, e pálida, e sombria,
    Como soluços trágicos do vento!

    É fágil como o sonho dum momento;
    Soturna como preces de agonia,
    Vive do riso duma boca fria:
    Minh'alma é a Princesa Desalento...

    Altas horas da noite ela vagueia...
    E ao luar suavíssimo, que anseia,
    Põe-se a falar de tanta coisa morta!

    O luar ouve minh'alma, ajoelhado,
    E vai traçar, fantástico e gelado,
    A sombra duma cruz à tua porta...

    Florbela Espanca



    BRENA KESSIA ENFERMAGEM 3°.

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  87. EUUU ADOREII BOS POEMAS POR ISSO POSTEI MAIS DELES TÁ!!!!!! XERO XAU...KKKK

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  88. Nunca mais!


    Ó castos sonhos meus! Ó mágicas visões!
    Quimeras cor de sol de fúlgidos lampejos!
    Dolentes devaneios! Cetíneas ilusões!
    Bocas que foram minhas florescendo beijos!


    Vinde beijar-me a fronte ao menos um instante,
    Que eu sinta esse calor, esse perfume terno;
    Vivo a chorar a porta aonde outrora o Dante
    Deixou toda a esp'rança ao penetrar o inferno!


    Vinde sorrir-me ainda!Hei-de morrer contente
    Cantando uma canção alegre, doidamente,
    A luz desse sorriso, ó fugitivos ais!


    Vinde beijar-me a boca ungir-me de saudade
    Ó sonhos cor de sol da minha mocidade!
    Cala-te lá destino!... "Ó Nunca, nunca mais!..."

    Madalena Enfermagem 3° ano

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  89. Ediberto agroindústria 3 ano
    Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa

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  90. Passeio ao Campo


    Meu amor! Meu amante! Meu amigo!
    Colhe a hora que passa, hora divina,
    Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!
    Sinto-me alegre e forte! Sou menina!

    Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina…
    Pele doirada de alabastro antigo…
    Frágeis mãos de madona florentina…
    - Vamos correr e rir por entre o trigo! -

    Há rendas de gramíneas pelos montes…
    Papoilas rubras nos trigais maduros…
    Água azulada a cintilar nas fontes…

    E à volta, Amor… tornemos, nas alfombras
    Dos caminhos selvagens e escuros,
    Num astro só as nossas duas sombras…

    Emanoelly Bezerra, Infor:3

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  91. Mateus oliveira Agroindústria 3ano
    Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.
    Fernando Pessoa

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  92. Amar!

    Eu quero amar, amar perdidamente!
    Amar só por amar: Aqui... além...
    Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
    Amar! Amar! E não amar ninguém!

    Recordar? Esquecer? Indiferente!...
    Prender ou desprender? É mal? É bem?
    Quem disser que se pode amar alguém
    Durante a vida inteira é porque mente!

    Há uma Primavera em cada vida:
    É preciso cantá-la assim florida,
    Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

    E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
    Que seja a minha noite uma alvorada,
    Que me saiba perder... pra me encontrar...
    Florbela Espanca
    Antonia Dayane, Enfermagem 3ºano

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  93. Andrezza- AGRO III

    Nunca fui como todos
    Nunca tive muitos amigos
    Nunca fui favorita
    Nunca fui o que meus pais queriam
    Nunca tive alguém que amasse
    Mas tive somente a mim
    A minha absoluta verdade
    Meu verdadeiro pensamento
    O meu conforto nas horas de sofrimento
    não vivo sozinha porque gosto
    e sim porque aprendi a ser só...

    Florbela Espanca

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  94. Wesley-AGRO III

    BILHETE
    Se tu me amas, ama-me baixinho
    Não o grites de cima dos telhados
    Deixa em paz os passarinhos
    Deixa em paz a mim!
    Se me queres,
    enfim,
    tem de ser bem devagarinho, Amada,
    que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

    Mário Quintana

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  95. THAISLENO
    Amar:

    Fechei os olhos para não te ver
    e a minha boca para não dizer...
    E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
    e da minha boca fechada nasceram sussurros
    e palavras mudas que te dediquei...

    O amor é quando a gente mora um no outro.
    Mário Quintana

    Thaisleno
    AgroIII

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  96. Ana Karla nº02
    AGRO III

    Amor que morre

    O nosso amor morreu... Quem o diria!
    Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
    Ceguinha de te ver, sem ver a conta
    Do tempo que passava, que fugia!

    Bem estava a sentir que ele morria...
    E outro clarão, ao longe, já desponta!
    Um engano que morre... e logo aponta
    A luz doutra miragem fugidia...

    Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
    São precisos amores, pra morrer,
    E são precisos sonhos para partir.

    E bem sei, meu Amor, que era preciso
    Fazer do amor que parte o claro riso
    De outro amor impossível que há-de vir!


    Florbela Espanca

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  97. Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).

    Fernando Pessoa
    Vanessa Oliveira Enfermagen 3°ano

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  98. Alberto Caeiro

    O Amor é uma Companhia

    O amor é uma companhia.
    Já não sei andar só pelos caminhos,
    Porque já não posso andar só.
    Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
    E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
    Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
    E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

    Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
    Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
    Todo eu sou qualquer força que me abandona.
    Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


    Natália Perreira
    Enfermagem III
    Nº27

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  99. EVERARDO OLIVEIRA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III

    Sonho Morto

    Nosso sonho morreu. Devagarinho,
    Rezemos uma prece doce e triste
    Por alma desse sonho! Vá… baixinho…
    Por esse sonho, amor, que não existe!

    Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
    De roxas violetas; triste cor!
    Triste como ele, nascido ao sol poente,
    O nosso sonho… ai!… reza baixo… amor…

    Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
    Foi sorrindo e cantando alegremente,
    Que tu mataste o nosso sonho lindo!

    Nosso sonho morreu… Reza mansinho…
    Ai, talvez que rezando, docemente,
    O nosso sonho acorde… mais baixinho…

    Florbela Espanca

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  100. Diz-me, Amor, como Te Sou Querida Dize-me, amor, como te sou querida,
    Conta-me a glória do teu sonho eleito,
    Aninha-me a sorrir junto ao teu peito,
    Arranca-me dos pântanos da vida.

    Embriagada numa estranha lida,
    Trago nas mãos o coração desfeito,
    Mostra-me a luz, ensina-me o preceito
    Que me salve e levante redimida!

    Nesta negra cisterna em que me afundo,
    Sem quimeras, sem crenças, sem turnura,
    Agonia sem fé dum moribundo,

    Grito o teu nome numa sede estranha,
    Como se fosse, amor, toda a frescura
    Das cristalinas águas da montanha!

    Por: Ianca Rocha Enfermagem 3º

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  101. Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
    Quando o teu doce olhar poisa no meu?
    Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
    Qual a imagem que alberga o peito teu?

    Ai, se o sei, meu amor! Eu bem distingo
    O bom sonho da feroz realidade…
    Não palpita d’amor, um coração
    Que anda vogando em ondas de saudade!

    Embora mintas bem, não te acredito;
    Perpassa nos teus olhos desleais,
    O gelo do teu peito de granito…

    Mas finjo-me enganada, meu encanto,
    Que um engano feliz vale bem mais
    Que um desengano que nos custa tanto!

    Florbela Espanca Laryssa Lima- Enf. 3º ano

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  102. O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

    Florbela Espanca
    !!!!LBB!!!!!

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  103. ta
    á não me importo

    Já não me importo
    Até com o que amo ou creio amar.
    Sou um navio que chegou a um porto
    E cujo movimento é ali estar.

    Nada me resta
    Do que quis ou achei.
    Cheguei da festa
    Como fui para lá ou ainda irei

    Indiferente
    A quem sou ou suponho que mal sou,

    Fito a gente
    Que me rodeia e sempre rodeou,

    Com um olhar
    Que, sem o poder ver,
    Sei que é sem ar
    De olhar a valer.

    E só me não cansa
    O que a brisa me traz
    De súbita mudança
    No que nada me faz.
    Fernando Pessoa
    Kátia Sullyane 3° enfermagem

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  104. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!


    verônica amâncio enfermagem 3 ano

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  105. Tarde de mais... (Florbela Espanca)

    Quando chegaste enfim, para te ver
    Abriu-se a noite em mágico luar;
    E para o som de teus passos conhecer
    Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...

    Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
    Viu-se nessa hora o que não pode ser:
    Em plena noite, a noite iluminar
    E as pedras do caminho florescer!

    Beijando a areia de oiro dos desertos
    Procurara-te em vão! Braços abertos,
    Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

    E há cem anos que eu era nova e linda!...
    E a minha boca morta grita ainda:
    Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...


    Verônica Amâncio ENFERMAGEM 3

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  106. vanessa oliveira, enfermagem 3.



    Fernando Pessoa-Álvaro de Campos


    POEMA EM LINHA RETA
    Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
    Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

    E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
    Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
    Indesculpavelmente sujo,
    Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
    Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
    Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
    Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
    Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
    Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
    Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
    Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
    Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
    Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
    Para fora da possibilidade do soco;
    Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
    Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

    Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
    Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
    Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
    Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
    Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
    Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
    Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
    Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
    Ó príncipes, meus irmãos,

    Arre, estou farto de semideuses!
    Onde é que há gente no mundo?

    Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

    Poderão as mulheres não os terem amado,
    Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
    E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
    Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
    Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
    Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

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  107. O Amor

    O amor, quando se revela,
    Não se sabe revelar.
    Sabe bem olhar p'ra ela,
    Mas não lhe sabe falar.

    Quem quer dizer o que sente
    Não sabe o que há de *dizer.
    Fala: parece que mente
    Cala: parece esquecer

    Ah, mas se ela adivinhasse,
    Se pudesse ouvir o olhar,
    E se um olhar lhe bastasse
    Pr'a saber que a estão a amar!

    Mas quem sente muito, cala;
    Quem quer dizer quanto sente
    Fica sem alma nem fala,
    Fica só, inteiramente!

    Mas se isto puder contar-lhe
    O que não lhe ouso contar,
    Já não terei que falar-lhe
    Porque lhe estou a falar..
    Fernando Pessoa
    Laryssa Pinheiro enf. 3º

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  108. Janaina virginio
    O Amor

    O amor, quando se revela,
    Não se sabe revelar.
    Sabe bem olhar p'ra ela,
    Mas não lhe sabe falar.

    Quem quer dizer o que sente
    Não sabe o que há de *dizer.
    Fala: parece que mente
    Cala: parece esquecer

    Ah, mas se ela adivinhasse,
    Se pudesse ouvir o olhar,
    E se um olhar lhe bastasse
    Pr'a saber que a estão a amar!

    Mas quem sente muito, cala;
    Quem quer dizer quanto sente
    Fica sem alma nem fala,
    Fica só, inteiramente!

    Mas se isto puder contar-lhe
    O que não lhe ouso contar,
    Já não terei que falar-lhe
    Porque lhe estou a falar..
    Fernando Pessoa

    janaina virginio imfor3

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  109. Jenifer enfermagem 3
    ...
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe porque ama, nem o que é amar
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência, não pensar...
    Fernando Pessoa

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  110. Eu amo tudo o que foi
    ''Tudo o que já não é
    A dor que já não me dói
    A antiga e errônea fé
    O ontem que a dor deixou
    O que deixou alegria
    Só porque foi, e voou
    E hoje é já outro dia''.(EDIVANDO FERNANDES,SEGURANÇA)
    Fernando Pessoa(EDIVANDO FERNANDES,SEGURANÇA)

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  111. Niziane Lopes- AGRO III


    Ir mais além.

    Vencer um desafio,
    Procurar a superação,
    Escapar por um fio,
    E torná-se campeão,

    Superá-se em cada gesto,
    Conquistar o infinito,
    Ir mais alam do que o certo,
    Ultrapassar o mais bonito,

    Ir além da superação
    E conquistar o impossível,
    Ir além da imaginação
    Para vencer o invencível.

    Rômulo Raulino

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  112. FRANCISCA ADRIANA FERREIRA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    A nossa casa

    A nossa casa, Amor, a nossa casa!
    Onte está ela, Amor, que não a vejo?
    Na minha doida fantasia em brasa
    Costrói-a, num instante, o meu desejo!

    Onde está ela, Amor, a nossa casa,
    O bem que neste mundo mais invejo?
    O brando ninho aonde o nosso beijo
    Será mais puro e doce que uma asa?

    Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
    Andamos de mãos dadas, nos caminhos
    Duma terra de rosas, num jadim,

    Num país de ilusão que nunca vi...
    E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
    E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

    Florbela Espanca

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  113. Carla Suellem Sobreira.
    Segurança do Trabalho III

    É fácil trocar as palavras,
    Difícil é interpretar os silêncios!
    É fácil caminhar lado a lado,
    Difícil é saber como se encontrar!
    É fácil beijar o rosto,
    Difícil é chegar ao coração!
    É fácil apertar as mãos,
    Difícil é reter o calor!
    É fácil sentir o amor,
    Difícil é conter sua torrente!

    Como é por dentro outra pessoa?
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição
    De qualquer semelhança no fundo

    Fernando Pessoa

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  114. "EMANUELLY CRISTINA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III"
    Escuta…

    Escuta, amor, escuta a voz que ao teu ouvido
    Te canta uma canção na rua em que morei,
    Essa soturna voz há de contar-te, amigo
    Por essa rua minha os sonhos que sonhei!

    Fala d’amor a voz em tom enternecido,
    Escuta-a com bondade. O muito que te amei
    Anda pairando aí em sonho comovido
    A envolver-te em oiro!… Assim s’envolve um rei!

    Num nimbo de saudade e doce como a asa
    Recorta-se no céu a minha humilde casa
    Onde ficou minh’alma assim como penada

    A arrastar grilhões como um fantasma triste.
    É dela a voz que fala, é dela a voz que existe
    Na rua em que morei… Anda crucificada!

    Florbela Espanca

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  115. Ana KArla
    Segurança 3

    Não sei quantas almas tenho

    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem acabei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não tem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,

    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem;
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.

    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que segue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: "Fui eu ?"
    Deus sabe, porque o escreveu.

    Fernando Pessoa

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  116. Sabrina
    segurança 3

    Canção grata

    Por tudo o que me deste
    inquietação cuidado
    um pouco de ternura
    é certo mas tão pouca
    Noites de insónia
    Pelas ruas como louca
    Obrigada, obrigada

    Por aquela tão doce
    e tão breve ilusão
    Embora nunca mais
    Depois de que a vi desfeita
    Eu volte a ser quem fui
    Sem ironia aceita
    A minha gratidão

    Que bem que me faz agora
    o mal que me fizeste
    Mais forte e mais serena
    E livre e descuidada
    Sem ironia amor obrigada
    Obrigada por tudo o que me deste

    Por aquela tão doce
    e tão breve ilusão
    Embora nunca mais
    Depois de que a vi desfeita
    Eu volte a ser quem fui
    Sem ironia aceita
    A minha gratidão

    Florbela Espanca

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  117. Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.
    Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.
    Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais.
    “E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".
    Fernando Pessoa
    yngred williana N°38
    segurança do trbalho 3

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  118. Roberto informática 3° ano

    Já não me importo

    Já não me importo
    Até com o que amo ou creio amar.
    Sou um navio que chegou a um porto
    E cujo movimento é ali estar.

    Nada me resta
    Do que quis ou achei.
    Cheguei da festa
    Como fui para lá ou ainda irei

    Indiferente
    A quem sou ou suponho que mal sou,

    Fito a gente
    Que me rodeia e sempre rodeou,

    Com um olhar
    Que, sem o poder ver,
    Sei que é sem ar
    De olhar a valer.

    E só me não cansa
    O que a brisa me traz
    De súbita mudança
    No que nada me faz.

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  119. Mikaeli Infor 3.

    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe porque ama, nem o que é amar
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência, não pensar...
    Fernando Pessoa

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  120. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.
    gesilãnia santos N°17 seg.do trabalho

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  121. EDUARDO PIERRE
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-04-2012
    Desejo

    Quero-te ao pé de mim na hora de morrer.
    Quero, ao partir, levar-te, todo suavidade,
    Ó doce olhar de sonho, ó vida dum viver
    Amortalhado sempre à luz duma saudade!

    Quero-te junto a mim quando o meu rosto branco
    Se ungir da palidez sinistra do não ser,
    E quero ainda, amor, no meu supremo arranco
    Sentir junto ao meu seio teu coração bater!

    Que seja a tua mão tão branda como a neve
    Que feche o meu olhar numa carícia leve
    Em doce perpassar de pétala de lis…

    Que seja a tua boca rubra como o sangue
    Que feche a minha boca, a minha boca exangue!

    Ah, venha a morte já que eu morrerei feliz!…

    Florbela Espanca

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  122. ANA ANGÉLICA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-04-2012

    Balada

    Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
    Também por um instante nesse dia
    Em que tão docemente me disseste
    Que amavas ‘ma mulher que o não sabia.

    Amei-te muito, muito!Tão risonho
    Aquele dia foi, aquela tarde!…
    E morreu como morre todo o sonho
    Deixando atrás de si só a saudade! …

    E na taça do amor, a ambrosia
    Da quimera bebi aquele dia
    A tragos bons, profundos, a cantar…

    O meu sonho morreu… Que desgraçada!
    E como o rei de Thule da balada
    Deitei também a minha taça ao mar …

    Florbela EspancA

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  123. FRANCISCO LUCAS
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-02-1012

    Talvez…

    A esta hora branda d’amargura,
    A esta hora triste em que o luar
    Anda chorando, Ó minha desventura
    Onde estás tu? Onde anda o teu olhar?

    A noite é calma e triste… a murmurar
    Anda o vento, de leve, na doçura
    Ideal do aveludado ar
    Onde estrelas palpitam… Noite escura

    Dize-me onde ele está o meu amor,
    Onde o vosso luar o vai beijar,
    Onde as vossas estrelas co fulgor

    Do seu brilho de fogo o vão cobrir!
    Dize-me onde ele está!… Talvez a olhar
    A mesma noite linda a refulgir…

    Florbela Espanca

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  124. SINARA LIMA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-04-2012

    Nunca mais!

    Ó castos sonhos meus! Ó mágicas visões!
    Quimeras cor de sol de fúlgidos lampejos!
    Dolentes devaneios! Cetíneas ilusões!
    Bocas que foram minhas florescendo beijos!

    Vinde beijar-me a fronte ao menos um instante,
    Que eu sinta esse calor, esse perfume terno;
    Vivo a chorar a porta aonde outrora o Dante
    Deixou toda a esp’rança ao penetrar o inferno!

    Vinde sorrir-me ainda!Hei-de morrer contente
    Cantando uma canção alegre, doidamente,
    A luz desse sorriso, ó fugitivos ais!

    Vinde beijar-me a boca ungir-me de saudade
    Ó sonhos cor de sol da minha mocidade!
    Cala-te lá destino!…
    “Ó Nunca, nunca mais!…”

    Florbela Espanca

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  125. VILÂNIA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-04-2012

    Triste Destino!

    Quando às vezes o mar soluça tristemente
    A praia abre-lhe os braços e deixa-o a gemer;
    Embala-o com amor, de leve, docemente,
    E canta-lhe cantigas pra adormecer!

    Quando o Outono leva a folha rendilhada,
    O vestido real da branda Primavera,
    O rio abre-lhe os braços e leva amortalhada
    A pequenina folha, essa ideal quimera!

    O sol, agonizante e quase moribundo,
    Estende os braços nus, alegre, para o mundo
    Que o faz amortalhar em púrpura de lenda!

    O sol, a folha, o mar tudo é feliz! Mas eu
    Busco a mortalha minha até no alto céu!
    E nem a cruz pra mim tem braços que m´estenda!

    Florbela Espanca

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  126. JANICE DARA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    01-04-2012

    Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!

    Fernando Pessoa

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  127. ANA KARLA
    SAGURANÇA DO TRABALHO III


    É fácil trocar as palavras,
    Difícil é interpretar os silêncios!
    É fácil caminhar lado a lado,
    Difícil é saber como se encontrar!
    É fácil beijar o rosto,
    Difícil é chegar ao coração!
    É fácil apertar as mãos,
    Difícil é reter o calor!
    É fácil sentir o amor,
    Difícil é conter sua torrente
    Como é por dentro outra pessoa?
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição
    De qualquer semelhança no fundo."

    Fernando Pessoa

    ResponderExcluir
  128. ANNY KELLY
    SEGURANÇA DO TRABALHO III


    Versos

    Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
    Pedaços de sorriso, branca espuma,
    Gargalhadas de luz. cantos dispersos,
    Ou pétalas que caem uma a uma.

    Versos!… Sei lá! Um verso é teu olhar,
    Um verso é teu sorriso e os de Dante
    Eram o seu amor a soluçar
    Aos pés da sua estremecida amante!

    Meus versos!… Sei eu lá também que são…
    Sei lá! Sei lá!… Meu pobre coração
    Partido em mil pedaços são talvez…

    Versos! Versos! Sei lá o que são versos..
    Meus soluços de dor que andam dispersos
    Por este grande amor em que não crês!…

    Florbela Espanca

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  129. Wilky Segurança do trabalho 3° ano

    Já não me importo

    Já não me importo
    Até com o que amo ou creio amar.
    Sou um navio que chegou a um porto
    E cujo movimento é ali estar.

    Nada me resta
    Do que quis ou achei.
    Cheguei da festa
    Como fui para lá ou ainda irei

    Indiferente
    A quem sou ou suponho que mal sou,

    Fito a gente
    Que me rodeia e sempre rodeou,

    Com um olhar
    Que, sem o poder ver,
    Sei que é sem ar
    De olhar a valer.

    E só me não cansa
    O que a brisa me traz
    De súbita mudança
    No que nada me faz.

    Fernando Pessoa

    ResponderExcluir
  130. Dayane Cipriano Seguranaça do trabalho 3° ano

    "É fácil trocar as palavras,
    Difícil é interpretar os silêncios!
    É fácil caminhar lado a lado,
    Difícil é saber como se encontrar!
    É fácil beijar o rosto,
    Difícil é chegar ao coração!
    É fácil apertar as mãos,
    Difícil é reter o calor!
    É fácil sentir o amor,
    Difícil é conter sua torrente!

    Como é por dentro outra pessoa?
    Quem é que o saberá sonhar?
    A alma de outrem é outro universo
    Com que não há comunicação possível,
    Com que não há verdadeiro entendimento.

    Nada sabemos da alma
    Senão da nossa;
    As dos outros são olhares,
    São gestos, são palavras,
    Com a suposição
    De qualquer semelhança no fundo."

    Fernando Pessoa

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  131. Não Sei Quantas Almas Tenho (Fernando Pessoa)

    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem acabei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não atem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,
    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem;
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.
    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que sogue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: “Fui eu?”
    Deus sabe, porque o escreveu.

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  132. Paulo Humberto 3° ano segurança do trabalho

    O meu olhar

    O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de, vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do Mundo...

    Creio no mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender ...

    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

    Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso,
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar...

    Alberto Caeiro

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  133. Teus olhos entristecem. Nem ouves o que digo. Dormem, sonham, esquecem... Não me ouves, e prossigo. Digo o que já, de triste, Te disse tanta vez... Creio que nunca o ouviste De tão tua que és.
    Olhas-me de repente De um distante impreciso Com um olhar ausente. Começas um sorriso.
    Continuo a falar. Continuas ouvindo O que estás a pensar, Já quase não sorrindo.
    Até que neste ocioso Sumir da tarde fútil, Se esfolha silencioso O teu sorriso inútil.

    Teus olhos entristecem
    Fernando Pessoa

    Wandson InforIII Nº34

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  134. BRENNA KÉSIA
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    02-04-12

    Noite Trágica

    O pavor e a angústia andam dançando…
    Um sino grita endechas de poentes…
    Na meia-noite d´hoje, soluçando,
    Que presságios sinistros e dolentes!…

    Tenho medo da noite!… Padre nosso
    Que estais no céu… O que minh´alma teme!
    Tenho medo da noite!… Que alvoroço
    Anda nesta alma enquanto o sino geme!

    Jesus! Jesus, que noite imensa e triste!
    A quanta dor a nossa dor resiste
    Em noite assim que a própria dor parece…

    Ó noite imensa, ó noite do Calvário,
    Leva contigo envolto no sudário
    Da tua dor a dor que me não ´squece!

    Florbela Espanca

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  135. IVANIELLY
    SEGURANÇA DO TRABALHO III
    02-04-12
    Estrela Cadente

    Traço de luz… lá vai! Lá vai! Morreu.
    Do nosso amor me lembra a suavidade…
    Da estrela não ficou nada no céu
    Do nosso sonho em ti nem a saudade!

    Pra onde iria a ’strela? Flor fugida
    Ao ramalhete atado no infinito…
    Que ilusão seguiria entontecida
    A linda estrela de fulgir bendito?…
    Aonde iria, aonde iria a flor?
    (Talvez, quem sabe?… ai quem soubesse, amor!)
    Se tu o vires minha bendita estrela

    Alguma noite… Deves conhecê-lo!
    Falo-te tanto nele!… Pois ao vê-lo
    Dize-lhe assim: “Por que não pensas nela?”

    Florbela Espanca

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  136. Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa
    venicius N°36
    segurança 3

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  137. seg III N° 05

    As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.
    Fernando Pessoa

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  138. Foi muito bom ver a participação de vocês! Melhor ainda foi perceber que alguns realmente encontraram sentido, e até se encontraram, nas poesias que escolheram!! Fiquem sempre de olho no nosso Blog!

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